quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Receitas para melhorar o trânsito em Goiânia Especialista propõe mudanças para uma melhor qualidade do trânsito e destaca a necessidade de vestimentos em educação, fiscalização e na engenharia A cidade de Goiânia vive atualmente uma situação preocupante. 800 mil veículos já estão circulando na cidade. A cada mês existe um crescimento na frota de aproximadamente três mil veículos (ou emplacamentos, segundo informações da prefeitura). Em um futuro próximo as previsões apontam para uma frota de um milhão de veículos circulando nas vias, cuja malha viária não cresce ou não acompanha o crescimento da frota de veículos. O professor Benjamim Jorge Rodrigues da Silva, doutor em Engenharia de Transportes, aponta, entre tantos problemas, que o condutor goianiense já sofre com a fluidez, especialmente nos horários de pico. Ele classifica a qualidade de trânsito como de nível de A a F, no qual ele caracteriza o de Goiânia como nível de qualidade F, caracterizado pelo congestionamento total, onde todo mundo anda nervoso, estressado e ninguém sai do lugar. "A qualidade do trânsito de Goiânia vem caindo a cada ano, devido ao aumento de veículos", afirma o especialista. O professor acredita que a solução para esse "caos" no trânsito da capital seria priorizar o transporte coletivo. Para ele, com um transporte coletivo de qualidade as pessoas deixariam seus carros em casa e andariam de ônibus. Com essa solução, aparentemente simples, as vias estariam menos congestionadas. "Para uma pessoa deixar o carro em casa o transporte tem que ser de qualidade, o que não acontece hoje em Goiânia", destaca. Os parâmetros de qualidade julgados pelo especialista seriam: tempo de atendimento, espera em um ponto de ônibus, que deveria ser de 20 minutos (que é um padrão internacional, e não de 45 minutos a uma hora, como acontece em Goiânia). Outro parâmetro é a distância que uma pessoa percorre para ser atendida. Deveria haver uma redistribuição espacial das linhas de ônibus por Goiânia. O tempo de viagem também seria outro parâmetro importante a ser adotado, e ainda a integridade física e tarifária. "Esses dois tipos de integridades se dariam pelo fato das pessoas poderem usar dois ou três ônibus, sendo os terminais bem distribuídos, pagando apenas uma passagem", explica. Ele ainda completa que a idade dos ônibus também deve ser um parâmetro a ser cuidado, onde deve-se substituir os ônibus mais velhos, admitindo ônibus com até 5 anos de uso. São várias as mudanças expostas por Benjamim para uma melhoria no trânsito da capital. Mas ele também destaca o pré-metrô, que é uma necessidade, segundo ele diz. Seria um sistema de metrô de superfície integrado a um sistema de ônibus bem planejado, distribuído de forma espacial, atendendo toda a capital e as cidades ligadas a ela, como Trindade, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo. "Sem dúvida, para isso, exige um planejamento envolvendo toda essa área para se priorizar o transporte coletivo. Fazendo isso há um plano que será colocado em prática em 10,15, 20 anos, garantindo os padrões internacionais de qualidade", diz. Ele acredita que dessa forma as pessoas migrariam do transporte particular para o transporte coletivo, o que diminuiria a quantidade de veículos nas ruas. Faltam investimentos Para que não piore ainda mais situação do trânsito em Goiânia, o especialista aconselha investimentos em três pilares: educação, engenharia e fiscalização, juntamente com a punição. O mais importante, segundo ele, é a educação, através de campanhas educativas. "O que vemos no Brasil é que a educação para o trânsito acontece basicamente na Semana Nacional do Trânsito, que vai do dia 18 a 25 de setembro, e isso deveria ser mais constante".

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